CMN (cargo de generalista): veja os comentários da prova de Língua Portuguesa com o professor Mourão
COMENTÁRIOS À PROVA DO CONCURSO PÚBLICO DA
CMN 2023 / AVALIAÇÃO REAPLICADA EM 30-08
LÍNGUA PORTUGUESA / PROF. MOURÃO
è Os
comentários aqui confeccionados dizem respeito à parte concernente à gramática
do texto.
Restou evidente que se trata
de um texto de natureza dissertativa-argumentativa, portanto buscando persuadir
o leitor no que tange a uma problemática apresentada mediante apresentação de
uma tese (por parte do autor, óbvio) a respeito do tema gerador apresentado na
produção a qual é ratificada no decorrer da “obra” pelo uso dos argumentos e,
ao fim, o produtor apresenta, em tom “resumitivo textual”, “propostas de
solução” para a questão sobre a qual debateu no transcorrer da redação!
Em sua centralidade, o texto
objetiva
A) apresentar as medidas
implantadas pelo governo brasileiro para enfrentar o agravamento da crise da
indústria nacional e implementar uma política ambiental sustentável.
B) defender a ideia de que a reindustrialização brasileira precisa
estar atrelada ao desenvolvimento sustentável para impulsionar a economia verde
do país.
C) contrapor-se à visão de que
a bioeconomia contribuirá para solucionar a baixa performance da indústria
brasileira e reduzir a desigualdade social.
D) comparar o potencial
econômico e ambiental da bioeconomia brasileira em relação ao potencial das
principais economias globais.
COMENTÁRIOS: Assertiva completamente de acordo com o
postulado de problematização temática desenvolvida no decorrer do texto.
Do conjunto dos parágrafos,
depreende-se um ponto de vista que
A) visibiliza a perspectiva de mudança.
B) se mantém indiferente ao
quadro descrito.
C) admite a não reversão do
cenário estabelecido
D) se apresenta entusiasmado
em relação ao futuro.
COMENTÁRIOS: Considerando o gênero textual em evidência
(ver justificativa deste professor apresentada antes dos comentários) resta
evidente que a tese perpetrada pelo autor é de “espécie de visibilização quanto
a uma ‘perspectiva de mudança’” para o atual cenário, no que toca à questão da
“reindustrialização aliada a um projeto de desenvolvimento sustentável” para o
país.
No que se refere à progressão
discursiva, é correto afirmar:
A) o sexto parágrafo contesta
um posicionamento articulado no quarto e quinto parágrafos.
B) o último parágrafo
apresenta uma síntese do raciocínio desenvolvido nos parágrafos anteriores.
C) o quarto, o quinto e o
sexto parágrafos criam redundância ao tematizarem o mesmo objeto a partir das
mesmas informações.
D) o segundo parágrafo desenvolve a ideia central apresentada no
primeiro, delimitando aspectos necessários ao raciocínio construído no texto.
COMENTÁRIOS:
A) O sexto parágrafo, em verdade, ratifica/complementa
os dados apresentados nos parágrafos antecedentes
B) A conclusão, como supra já comentado,
apresenta uma “proposta de solução” para a problemática sobre a qual o autor
discorre no texto
C) Em verdade, em que pese tratarem do mesmo
“objeto temático”, os parágrafos mencionados o fazem de maneira
“particularizada e específica”, portanto, abordando a questão de forma que um
“endosse e ratifique” o que pelo outro é desenvolvido sem, destarte, promover a
problemática atinente à redundância.
Considerando
o texto em sua totalidade, o autor apresenta-se
A)
de maneira subjetiva, o que é corroborado por meio do uso dominante de verbos
flexionados na
primeira
pessoa do plural e de linguagem conotativa.
B) de maneira subjetiva, o que é corroborado
por meio do uso de alguns advérbios que expressam uma
avaliação sobre o tema discutido.
C)
de maneira objetiva, o que é corroborado pelo uso exclusivo de verbos
flexionados na terceira pessoa
e
de linguagem denotativa.
D)
de maneira objetiva, o que é corroborado por meio do uso de advérbios cuja
função prioritária é revelar
uma
visão neutra sobre o tema discutido.
COMENTÁRIOS: Considerando os aspectos flexionais, em
predominância, inerentes ao texto, ademais o gênero que lhe é “dominante”, outrossim
a progressividade textual percebida, resta evidente que se trata de um
apresentação “subjetiva” do autor valendo-se de elementos de ordem
circunstancial (adjuntos adverbiais) que “corroboram” o posicionamento (tese)
por ele “ostentado” no texto.
Diferente de
transições anteriores, em que [1] a madeira foi substituída pelo carvão
e, depois, pelo petróleo, a bioeconomia é uma resposta a desafios complexos, de
natureza ambiental e social, que [2] exigem reinvenção dos conceitos de
produtividade, crescimento e competitividade.
Se o substantivo
“desafios” for substituído por “desafiações”, o uso do sinal indicativo de
crase A) será obrigatório porque o substantivo é feminino.
B) será
facultativo porque o substantivo feminino está no plural.
C) não será
obrigatório porque o artigo está no singular.
D) não será obrigatório porque o substantivo feminino
está no plural.
COMENTÁRIOS: Com a permuta lexical sugerida, teremos,
ainda, a não ocorrência da crase, sem necessidade, portanto, de demarcação via
acento grave, pois, mesmo se tratando de palavra cujo gênero é feminino, não
haverá concordância de “número”, porquanto ela se encontre no plural.
Os termos [1] e
[2] em destaque constituem uma estrutura de valor
A) adjetivo e exercem, respectivamente, a função de
adjunto adverbial e sujeito.
B) adverbial e
exercem, respectivamente, a função de adjunto adnominal e objeto direto.
C) adjetivo e
substantivo, respectivamente. O primeiro exerce a função de complemento
nominal, e o segundo, de adjunto adverbial.
D) advérbio e
substantivo, respectivamente. O primeiro exerce a função de objeto indireto, e
o segundo, de objeto direto.
COMENTÁRIOS: Ambos os elementos coesivos são pronomes
relativos, destarte, introdutores de orações subordinadas adjetivas (ou seja,
expressões de “valor adjetivo”) e, sintaticamente, considerando os termos que retomam
respectivamente – “transições anteriores”, permitindo a seguinte interpretação:
“transições anteriores nas quais/em que” e “desafios complexos”, permitindo a
seguinte interpretação: “desafios anteriores os quais/que”, efetivando
concordância com a forma verbal “exigem”, temos que figuram como adjunto
adverbial e sujeito nos respectivos contextos dos quais fazem parte.
No oitavo
parágrafo, duas vozes claramente se entremeiam:
A) a do autor e
outra voz, mostrada e não demarcada. A segunda situa-se em contraposição ao que
foi anunciado pela primeira nos parágrafos anteriores.
B) a do autor e
outra voz, mostrada e demarcada. A primeira e a segunda encontram-se em
discordância quanto ao ponto de vista articulado no parágrafo.
C) a do autor e outra voz, mostrada e demarcada. A
primeira ancora-se na segunda para articular determinado ponto de vista
explicitado no parágrafo.
D) a do autor e
outra voz, mostrada e não demarcada. A primeira ancora-se na segunda para se
contrapor a determinado ponto de vista explicitado nos parágrafos anteriores.
COMENTÁRIOS: No que toca à citação do discurso alheio,
conteúdo cobrado no quesito, percebe-se o “entrecruzamento” das vozes do autor
e de “terceiros” (discuro indireto em modalidade de citação segundo), algo
evidenciado pela presença de referenciação a dados expostos por “outrem” (as
citadas entidades estatais e privadas), ademais do emprego de orações
subordinadas substantivas objetivas diretas como se observa em “revelou que a
bioeconomia pode gerar um aumento de quase US$ 290 bilhões ao PIB brasileiro
...”, promovendo um “ancoramento mútuo” discursivo entre as citações e,
considerando toda a progressividade textual do parágrafo, ambas “articulam’ o
posicionamento do autor “explicitado no” decorrer do “parágrafo”.
É preciso
reverter essa situação urgentemente, pois, sem uma indústria forte e
competitiva, dificilmente conseguiremos estimular a produtividade e o
desenvolvimento sustentável de longo prazo no país.
Em relação às
vírgulas presentes no período, é correto afirmar:
A) apenas a
segunda foi utilizada, exclusivamente, por motivação estilística.
B) a primeira e
a segunda foram utilizadas, exclusivamente, por motivação estilística.
C) apenas a
primeira foi utilizada em atendimento às convenções da tradição gramatical.
D) a segunda e a terceira foram utilizadas em atendimento
às convenções da tradição gramatical
COMENTÁRIOS: A primeira pontuação, tem natureza facultativa/estilística
(para enfatizar as ideias as quais demarca, contudo não deixa, também, de se
moldar aos parâmetros estipulados pela “tradição gramatical”), por estar
antecedente a um elemento coesivo explicativo coordenado – “pois” – conectivo
posto na “ordem direta” de construção oracional, ou seja, entre os enunciados
que une; as outras duas seguintes são obrigatórias (portanto, obedientes aos
preceitos das convenção e “tradição gramatical”) por demarcarem um
intercalação.
O verbo “ser”
encontra-se flexionado no singular porque
A) concorda com
a oração substantiva subjetiva.
B) concorda com
a expressão “essa situação”, sujeito simples.
C) constitui o
núcleo de uma oração sem sujeito.
D) constitui o
núcleo de uma oração com sujeito indeterminado.
COMENTÁRIOS: A forma verbal “É” (“ser” flexionada no
presente do indicativo da 3ª pessoa do singular) encontra-se assim disposta por
obrigatoriedade de concordância com o “sujeito oracional”, já que no trecho
consta como “núcleo do sujeito” forma verbal – “reverter”, no caso, como se
encontra em forma nominal do infinitivo (terminação “r”).
Se [1] o Brasil
realmente deseja se [2] tornar uma potência industrial, é necessário um
esforço conjunto, envolvendo governo, empresas e sociedade civil, para atingir
esses objetivos e colocar o país na rota da competitividade e do
desenvolvimento sustentável.
Em relação os
termos [1] e [2], é correto afirmar:
A) No primeiro
caso, introduz uma oração substantiva subjetiva.
B) No segundo
caso, introduz uma oração adverbial condicional.
C) No segundo caso, trata-se de um pronome reflexivo em
posição proclítica.
D) No primeiro
caso, trata-se de uma partícula apassivadora em posição proclítica.
COMENTÁRIOS: Considerando as “aparições” e empregos dos
supramencionados elementos textuais temos: o primeiro “se” consiste em
conjunção subordinativa adverbial condicional, portanto, introdutora de oração
subordinada de igual representação morfossintática; já o “outro” figura como
pronome reflexivo “atrelado”, e colocado em posição proclítica, à forma verbal
“tornar”, materializando “forma verbal pronominalizada”.
Equipe do IAP Cursos Online.