Banner de capa da notícia Correios podem ter aporte bilionário da União

Correios podem ter aporte bilionário da União

15/09/2025
NOTÍCIAS

A crise financeira da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) segue sem solução e já ameaça a convocação dos aprovados no último concurso da estatal. Diante do cenário de incertezas e do risco de privatização, sindicatos da categoria intensificaram as mobilizações e solicitaram uma audiência direta com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na última semana, a Federação Interestadual dos Empregados da ECT (Findect) enviou um ofício ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, pedindo a intermediação do encontro. No documento, a entidade destaca a gravidade da situação e cobra providências urgentes para garantir a recuperação da empresa.

Reivindicações da categoria

Entre os pontos apresentados pela Findect ao governo estão:

  • devolução parcial dos R$ 2,9 bilhões em dividendos retirados entre 2011 e 2016, como forma de recompor o caixa da estatal;

  • criação de um grupo de trabalho com participação efetiva dos trabalhadores;

  • apoio à revogação da “taxa das blusinhas”, que afeta o e-commerce e reduz a receita dos Correios;

  • investimentos em tecnologia, marketplace próprio e serviços de alcance social;

  • incentivo à criação de um banco digital dos Correios.

A federação argumenta que a estatal segue essencial ao país, citando a atuação durante a pandemia, quando garantiu a distribuição de vacinas em todo o território nacional, e mais recentemente, no transporte de toneladas de doações às vítimas das enchentes em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul.

Apoio político

Paralelamente, o Sintect-SP se reuniu com a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, em Recife. O sindicato entregou documento detalhando os impactos da crise e pedindo seu apoio. A ministra afirmou que parte das demandas cabe ao Ministério da Gestão e Inovação, mas prometeu encaminhar o pleito diretamente a Lula.

Situação financeira delicada

Os números revelam a gravidade da crise. Somente em 2023, os Correios registraram prejuízo de R$ 633,5 milhões. Em 2024, as perdas saltaram para R$ 2,6 bilhões. Já no primeiro semestre de 2025, o déficit acumulado chegou a R$ 4,37 bilhões, segundo balanço divulgado pelo jornal O Globo.

A direção da estatal já admitiu ao governo que será necessário um aporte bilionário da União para garantir a continuidade das operações a partir de 2026, quando vencem parcelas de financiamentos.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu a gravidade da situação e destacou que a empresa enfrenta desequilíbrio estrutural: enquanto concorrentes privados exploram apenas os setores mais lucrativos, os Correios seguem obrigados a manter serviços em regiões remotas.

Instabilidade na gestão

A crise financeira também se soma à instabilidade administrativa. O atual presidente da estatal, Fabiano Silva dos Santos, entregou carta de renúncia em julho, mas segue no cargo até que o governo defina seu sucessor. A demora na escolha do novo comando tem gerado críticas internas e expôs disputas políticas, já que o União Brasil, partido responsável pelo Ministério das Comunicações, pressiona para indicar nomes à presidência.

Enquanto isso, os aprovados no último concurso dos Correios seguem sem previsão de convocação, em meio ao impasse financeiro e político que afeta diretamente o futuro da estatal.

O IAP Cursos Online se compromete a oferecer suporte e recursos educacionais para auxiliar os estudantes nessa trajetória rumo à conquista de uma vaga no setor público. Acompanhe nosso site, www.iapcursosonline.com, para ficar por dentro de todas as novidades e atualizações sobre o concurso e demais certames no Brasil. A educação é o caminho para transformar vidas e alcançar seus objetivos profissionais.

Fonte: https://concursosrn.com.br/concurso-publico-correios-em-crise-na-instituicao-sindicatos-pedem-reuniao-com-lula/