
RN pode perder 16 mil servidores até 2035!
O quadro de servidores públicos do Rio Grande do Norte passa por um processo de envelhecimento e redução, marcado pelo aumento de aposentadorias e pela limitação do Estado em contratar novos profissionais. A situação preocupa setores estratégicos como saúde, segurança e educação, onde o déficit já compromete a prestação de serviços à população.
Segundo a Secretaria Estadual de Administração (SEAD), o problema é principalmente demográfico, mas se reflete também em dificuldades financeiras. Nos próximos dez anos, a estimativa é de 16 mil aposentadorias. Hoje, o Estado mantém praticamente um servidor ativo para cada aposentado, proporção considerada insustentável.
Em 2010, havia 24.204 aposentados e 9.099 pensionistas, totalizando 33.303 beneficiários. Em agosto de 2025, os números saltaram para 47.637 aposentados e 12.977 pensionistas, dentro de um universo de 114.640 servidores. O crescimento quase dobrou em 15 anos, elevando os gastos previdenciários.
Apesar disso, o secretário de Administração, Pedro Lopes, avalia que o cenário tende à estabilização. O ritmo anual de novas aposentadorias caiu de 2.500 (2010-2020) para cerca de 1.800 atualmente. A projeção é de que essa média chegue a 1.500 nos próximos anos.
Sindicatos alertam para impacto direto à população
Entidades sindicais, no entanto, temem um colapso nos serviços. Para o Sindsaúde/RN, a saída de centenas de profissionais pode sobrecarregar hospitais e unidades básicas já fragilizadas, com filas maiores e jornadas exaustivas.
Na segurança pública, o Sinpol denuncia que apenas 34% do efetivo previsto em lei está em atividade, com risco de agravamento. Nos próximos dois anos, 547 policiais civis podem se aposentar, aumentando a defasagem. “Mais da metade dos crimes fica sem investigação”, alerta o presidente do sindicato, Nilton Arruda.
Na educação, o déficit tem sido compensado pelo crescimento de professores temporários, que saltaram de 548 em 2018 para mais de 6 mil em 2025. O último concurso ofertou apenas 700 vagas, número insuficiente diante da demanda.
Previdência pressionada
A situação também preocupa a previdência estadual. O presidente do Ipern, Nereu Linhares, lembra que o número de aposentados já supera o de ativos. “Se fosse para falar em apagão, ele já estaria acontecendo”, declarou.
Para reduzir o impacto, o governo aposta no estímulo à permanência dos servidores na ativa. Atualmente, 3.615 profissionais recebem abono de permanência, quase o dobro do registrado em 2010.
O desafio, segundo a SEAD, será manter a disciplina fiscal e garantir reposição gradual de quadros em áreas essenciais. Caso contrário, a pressão sobre saúde, educação e segurança pode comprometer ainda mais a vida da população potiguar nos próximos anos.
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